Eduardo Poulain
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'Por que uma hora te dar chão e noutra arrancar forte e brutal sem dor e piedade aquilo queuma vez te deu afago? É isso? É essa a graça? Fazer um jogo estúpido e imoral de plantar lágrimas secas nos rostos daqueles que sentem? Construir um vão de repulsa, raiva, rancor. Que um dia vai ser decorado com faces vermelhas e punhos deslocados. O dia que sai da gaveta o sentimento "preto" emforma de gesto traçado. O dia que não quero ver chegar, tapando olhos com mãos e coração com garras.'
Eduardo Poulain
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'Nada mais doloroso do que descobrir que a nossa capacidade de ser feliz é limitada, e que aquele sentimento bom logo vira ânsia de um desgosto, desgosto aquele que nos coloca em busca de um novo motivo a sorrir, nunca estando satisfeito. Sempre roubando do outro a felicidade, baseando-a no outro, sempre no outro, uma forma egoísta de ficar bem, ninguém fica bem só, acho que por medo de ficar frente a sua consciência, seu eu de verdade, sempre escondendo-o entre risadas e desabafo alheio.'
Eduardo Poulain
![[arms+bird.jpg]](http://4.bp.blogspot.com/_8TcYlpyeSy4/SzzhcXMk0aI/AAAAAAAAA38/2y9AezUwPkg/s1600/arms%2Bbird.jpg)
'O desespero me acorda pro andar sem pernas desse sentimento: ele me leva pra uma liquidificação de perguntas sem fim. É essa ausência de mim, ou talvez meus olhos que exergam pelo ângulo errado. Ainda torço, inutilmente, para ser a segunda alternativa. Nem sei ao menos se isso vai passar, nem sei o que é isso, mas eu sei que é meu, sempre foi. Sei que isso me apodrece, não de hoje, nem de ontem. Desde o primeiro choro escondido, o primeiro grito abafado no travesseiro daquela cama estúpida no chão. Sempre preferi o chão, a queda é menor, sabe? É feito um bicho, como aqueles cães de rua que te perseguem na roda do existir e criam um pacto na libertinagem deles - hoje eu não te abandono, senhora. hoje tua dor é angústia minha - e me fazem encoleirada deles, pra nunca mais abandonar.'
''Enquanto sofreres por mim tirará de mim a alegria dos olhos.''