Eduardo Poulain
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'O desespero me acorda pro andar sem pernas desse sentimento: ele me leva pra uma liquidificação de perguntas sem fim. É essa ausência de mim, ou talvez meus olhos que exergam pelo ângulo errado. Ainda torço, inutilmente, para ser a segunda alternativa. Nem sei ao menos se isso vai passar, nem sei o que é isso, mas eu sei que é meu, sempre foi. Sei que isso me apodrece, não de hoje, nem de ontem. Desde o primeiro choro escondido, o primeiro grito abafado no travesseiro daquela cama estúpida no chão. Sempre preferi o chão, a queda é menor, sabe? É feito um bicho, como aqueles cães de rua que te perseguem na roda do existir e criam um pacto na libertinagem deles - hoje eu não te abandono, senhora. hoje tua dor é angústia minha - e me fazem encoleirada deles, pra nunca mais abandonar.'

''Enquanto sofreres por mim tirará de mim a alegria dos olhos.''
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