Eduardo Poulain

É como se algo lutasse desesperadamente a me convencer do contrário. Tudo sempre acaba de alguma maneira dando errado, nada é completo. Não consigo juntar o ontem e o hoje. Os meus braços devem estar cheios demais. Quando inclino a busca de algo novo, uma parte do que é meu passa a não ser mais, uma parte cai. Não são as minhas mãos, nem cabeça, pé. Algo externo destrói, maltrata. Não sei se vale à pena lutar, sempre acabo derrotado e triste. Eu gosto de quem me tornei. A vivacidade cruel com que eu tive que aprender que nada é fácil, me fez adquirir uma realidade, talvez seja de alguma maneira única. Sei que posso mudar, mas não sei por onde começar. Talvez o universo conspire pra que eu aprenda algo, tudo não passa um ciclo. Pra ser sincero, preciso de mais sinais. Não sei se estou indo no sentido contrário, isso não é fácil. Sabe aquela famosa luz no fim do túnel? Ela não existe, é apenas uma distração, pra que você não mude de faixa, não volte. Ninguém me deu mapa, e a estrada é de terra. Estou sujo, e as pedrinhas machucam. Alguém me tire daqui.

0 Responses

Postar um comentário