Eduardo Poulain



Despeço-me daqui com a mesma saudade que entrei. Pensei. Enquanto caminhava em sentido contrário. Pouco mais da meia noite me perdi do meu intocável amor. Esse amor que em mim foi pólvora e por mim explodiria. Como posso continuar onde já não me cabe? Forçar uma barra que logo cairia sobre o corpo, tornando-se ferida. As paredes ficaram menores. Tentei caminhar um pouco. Estava me despedindo do meu jeito. Tentando não olhar pra trás, fingindo força e frieza que eu nunca tivera, mentindo a vontade de ir embora, Mas era preciso, não se tratava só de mim. Tentei me convencer. O barulho deixado no ar era assombroso, as tristezas eram destruídas, a felicidades e os maus dias eram apagadas com baldes de tinta fresca e pinceladas impiedosas, tive bastante medo, mas tentei não titubear do foco central. Não podia dá adeus sem fazer estragos. Aquela fora a minha casa durante muito tempo, o lugar que eu corria pra me esconder, onde derramava todo meu amor, sem medo de ficar mais pobre. Mesmo vazia, sem vida, sem cor e empoeirada, havia luz. A luz nunca abandonaria aquela casa, assim como eu e todos os donos dela fizeram. A casa não queria ser morado, o que ela quer, ainda não sei, se a minha ausência ela chorou, muito menos. A casa me faz falta, mas a mesma não sentiu a minha.

Amor que é amor parte, se suicida em suas próprias feridas, amor que é amor, sabe a hora de se deixar ir.

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