Eduardo Poulain

Afetividade, confusão, curiosidade, o que me instiga a estar por perto, conhecer, desfrutar, cutucar, pra achar alguma imperfeição, não pode alguém ser tão incrivelmente encantante e cativante. Um perfeito resultado da natureza e da boa educação, possui a divina marca da genialidade, multiforme, dono de uma admiração intermitente. Ele cria e desfaz mundos com uma facilidade de moleque. Como se tivesse me tirado pra dançar, e os nossos passos perderam o compasso, pra um encontro, desencontro, de perto. Algo de errado há de ter, mas não acho. Estou quase convencido do contrário, será realmente um príncipe? Mas príncipes não existem, resta à dúvida, confusão. Esperança. Gratificação. E poder comprovar de perto esse incrível feito, perfeito, simples. Esses são os nossos dias fora do compasso, literalmente perdidos, em nós. Conserte-me.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Portishead. Isso são referências, só. Ama-se pelo cheiro, pela paz que o outro lhe dá, pelo mistério, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pela maneira que os olhos piscam, pelo tom de voz, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Ama-se justamente pelo o que o amor tem de indefinível. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó. Mas só o seu amor consegue ser do jeito que ele é.

‘’Um carinho, amor bom, que não machuca. ’’

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