‘’Um carinho, amor bom, que não machuca. ’’
Sabem aqueles seus pontos fracos?O que te colocam abaixo em instantes?Eu tenho um vivo por perto, em mim... Do meu lado, vivo. Um ponto fraco que eu tenho que ficar próximo a ele, o que machuca muito mais, que vai me matando aos poucos, já pedi a Deus a benção de correr pra longe dele, de só voltar quando ele for embora, mas esses meus, nossos dias de agonia são constantes e reais, uma marretada de realidade tão cruel que acaba com o que chamamos de sentimentos, que abre um buraco no peito que nunca sara. Que todo dia vai corroendo aumentando, consumindo. Matando.
Eu nunca vou te abandonar, mãe. Hoje, insanidade tua é a dor que me afoga. Que me destrói, mas que me prende a ti. Um amor puro, egoísta.
Fomos criados para viver no presente, passado ou futuro?Claro que no presente!Então, por que passamos tanto tempo imaginando o futuro? A imaginação é uma capacidade incrivelmente poderosa! Mas, sem sabedoria, a imaginação é uma professora injusta. A imaginação do futuro é sempre ditada por algum tipo de medo, geralmente muito sombrio, deprimente e mesmo horrível. Tudo fruto de uma tentativa desesperada de conseguir o controle sobre algo que você não pode controlar. Mas é sempre impossível ter o poder sobre o futuro. Porque ele não é real, jamais será. Todos querem brincar de Deus, imaginando que o mal que tememos possa se tornar realidade e depois tentar fazer planos para evitar aquilo que tememos. Por isso fantasiamos SEMPRE um futuro tão lindo. A humanidade é semelhante a uma criança crescida sem pais, não tem ninguém para orientá-la, guiá-la.
Cada um de nós é o centro de uma história que nem sempre é contada.
Hoje eu resolvi ficar só, só ficar, sabe? Pra ter uma idéia de como estou comigo mesmo. E quer saber?Eu não ando nada bem. Vejo-me perdido, sei lá, é difícil descrever um vazio, o que não existe. Queria uma forma de me abster, dissolver, me reinventar, criar uma força, aquela famosa ‘ultima força’, mas simplesmente não a encontro. Um cansaço das formas, um amolecimento, um desmanchar das coisas, um partir infinito de tudo. Mas no fundo sinto que fui criado pra isso, pra brincar de não ser, de tentar ser, sei lá. Lá fora chove, aqui dentro lamento. Eu só queria tudo que me tiraram de volta. Auto-piedade é tão triste. De quem nunca tivera nada, tanto faz a confusão. Eu só não quero errar de novo, não da mesma forma estúpida, mas me ensinem a desviar das mesmas sacadas de idiotices. Esse movimento de vai-e-vem vitima de um espancamento diário que já se instalou no meu peito, que fizeram até marcas, aquelas que chamamos de cicatriz. Externas, internas e um gênero casado destes dois. Mas como se tudo corre na mesma direção confusa, escura? Queria fazer diferente, mas não me sinto especial. Preciso de um êxtase que me impulsione a escolher o que eu quero que aconteça, ou simplesmente agir por impulso. Em ambas das duas há uma decisão, mesmo que não seja clara. Às vezes indo pelo caminho errado você chega ao lugar certo, ou ao contrário. Não me sinto de olhos completamente abertos para enxergar o que estar por vir, posso vir a ser um cego em tiroteio, mas se eu não tentar, nunca vou descobrir. Eu sou o meu próprio medo, meu vacilo. Não sei se escolhi me arriscar, mas vou buscar, tentar. Mesmo com muito, muito medo, do que possa acontecer, mas eu preciso andar, não sei pra onde. Tentar me enxergar como sou e não me machucar tanto. E se machucar, uma música, um abraço pode ajudar a amenizar. Vou sozinho, por agora, mas espero que não seja por muito tempo.
“Isso depende muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.
“Não me importo muito para onde...”, retrucou Alice.
“Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.
“...contanto que dê em algum lugar”, Alice completou.
“Oh, você pode ter certeza que vai chegar”, disse o Gato, “se você caminhar bastante.”