Eduardo Poulain


É difícil dizer o quanto alguém te faz bem, principalmente quando a mesma verá. Durante muito tempo eu tenho ficado o mais nu possível, e sobre toda essa constelação impossível de adjetivar, não seria diferente. Não devo falar em merecimento, escrever não seria/é uma forma de recompensa. É impressionante como o teu nome me soa doce nos lábios.

À noite era quente, o que de alguma forma nos distanciava. O corpo que me instigava a abraçá-lo durante dias, suava. E ele não tentou me acalmar, também queria; leves carícias eram trocadas, convencendo de que logo, seríamos um do outro. Nós estávamos em meio a toda aquela confusão, nós nos divertíamos, era um teste e passamos. Eu te aceito. Sorrimos, sorrimos bastante, tudo parecia meio que cronometrado, desajeitado, movimentos nitidamente tímidos, que nos aproximavam a cada pavor e pudor de novas áreas conhecidas do corpo de ambos, descobrindo lugares nunca antes tocados de forma tão peculiar, arrepios. Eu te sou por inteiro. Eu não queria magia. Joguinhos não me atraem, gosto de clareza, e assim, foi. O que foi mágico. Eu te lembro em meus braços ontem, hoje, o desejo ardente, essa saudade constante. O teu corpo tem o meu número.

É estranha a maneira que eu te tenho aqui. É verdade, eu não procurei qual o significado do teu nome, não aprendi as músicas que tocavam enquanto conversávamos, ao invés disso, eu imaginava como seria o meu corpo embalado pelo teu, se me encaixaria perfeitamente nesses teus braços de um e oitenta e poucos centímetros. As tuas músicas, eu quero ouvir da tua boca. Mesmo assim, nunca duvidei de quantas coisas dividiríamos, eu não precisarei decorar teus livros preferidos, conheceremos livros, cantaremos e aprenderemos novas músicas. Confesso que sentia saudade disso. Desse peito que quieto, passou a palpitar de agonia, talvez seja fruto desse olhar único, esses olhos menos claros do que são, essas mãos grandes, esse sorriso misterioso, essas constantes energias boas, são as tuas trocas de olhares. Sabe, teu perfume é bom. Talvez esse seja teu cheiro, peculiar e delicioso. Eu acredito que tudo que venha de você, seja bom. São as coisas simples, Sofia. As cores amelisticas, o mover em câmera lenta das coisas, o esbarrar na mobília, o sorriso tímido, meu Nino. Eu respiro vagarosamente. É doce, ele tem lábios doces.

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