Eduardo Poulain
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Eu tinha que postar isso, não paro de rir.
Se foca na menina de verde.
HSUAHSUAHUAHUAH

Eduardo Poulain

Como eu queria te contar uma coisa alegre hoje, como queria dizer que estou em plena forma, o quanto sou bacana, e que hoje eu tenho a certeza do porque de estar nesse planeta e que nunca estive tão feliz. Não sei, mas hoje a minha nova fantasia amiga, foi embora, e eu voltei pro início. Mas um ciclo de fantasias chegou ao fim, mais uma vez um pedaço importante de mim é levado. Como teria terminado a minha vida em cada uma das minhas fantasias? Quantas vezes imaginei anos a fio de coisas que aconteceriam... E no dia seguinte ele ia embora, ela me deixava, algo acontecia, ou deixava de acontecer. E tudo que eu planejava, volta a ser nada. E se aquela amiga tivesse estado comigo pra sempre? Quantos dias felizes viriam, às vezes nas quais ganharíamos risadas, abraços grátis, divisão das fragilidades. E se ela não tivesse conseguido algo melhor? Eu seria sempre o roubador do seu sono, e eu poderia amá-la pra sempre. Ou se aquele cara realmente estivesse ali quando eu precisasse? Eu estaria livre de muitos dos conflitos do meu ser, seríamos um, e hoje eu poderia ser alguém melhor. Ou se aquela palavra fosse verdade? Talvez eu ainda acreditasse em palavras. Ou se eles não estivessem tão bêbados? Eu seria uma pessoa mais estável, dormiria melhor. Se eu tivesse permitido que aquele beijo acontecesse? Talvez eu fosse dono de uma fazenda e feliz, sei lá. E se eu tivesse a coragem de perguntar aquele nome? Como eu estaria? Mais feliz? Talvez um dia eu canse de tentar adivinhar os dias que se seguem, talvez eu seja obrigado. Ou então, a fantasia seja arrancada de mim e eu não acredite mais no amanhã. Eu só queria acordar e ver tudo diferente
Eduardo Poulain
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Ao acordar peguei nos braços o máximo de coisas imaginárias que me faziam lembrar-se dele, coisas aquecidas pelo receio há algumas semanas. E logo ele se tornou presente. Ele era um visitante revistado pelo frescor térmico da possibilidade e logo tomou conta do quarto. Sendo tragado pela honra de uma hospedaria sincera. A vista parecia mais viva através dos seus olhares amáveis. E o sol, o sol parecia ser dele. E eu, o menino que brincava com fogo, fiquei quieto. Descobri também que mesmo lavando minha alma aqui tantas e tantas vezes, esse cheiro não sai. Acontece que agora eu já estou apaixonado e nada do que você disser será usado contra você.
Eduardo Poulain
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É fácil gostar do frio, quando dentro nada mais bate. É fácil estar frio, quando se tem gelo no peito. Acontece que o gelo é colocado por mãos alheias. Eu não queria que o rosado das minhas bochechas tivesse dado lugar à outra cor qualquer, se é que há cor. Tão mais fácil do que se manter frio, é distribuir gelo em corações alheios, destruindo-os também. A suposta vingança tem gosto bom, e logo você toma o lugar do vilão. O coração precisa respirar, nunca desistir.

Eduardo Poulain


Eu tenho uma espécie de castigo, não sei, eu não consigo dormir. É como se eu precisasse ver o mundo o tempo todo, como se algo estivesse perto demais e eu não o enxergasse, como se eu tivesse procurado por algo muito tempo e estou bem perto e isso me roubasse o sono. Na verdade, eu só queria encher três sacos grandes desse cansaço e colocar de lado. Eu só queria que essa minha indignação durasse mais de uma semana. O comodismo sempre chega primeiro, sempre me toma. A gente finge que arruma tudo, joga tudo no canto esquerdo do peito e trata de esquecer.

Eduardo Poulain
"A próxima vida ou o dia de amanhã: nunca se sabe qual vem primeiro."
Provérbio Tibetano.
Eduardo Poulain
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Acabou que me acostumei em ser a última opção, Suzy. Até acho que não me importo mais com o vai-e-vem de pessoas. Ontem quem me roubava toda a atenção, hoje não passa de alguém que não conheço mais. Tudo muda, Suzy. Todos sempre se despedem antes de sermos alguma coisa juntos. Acho que até somos, mas logo é esquecido. Não é novidade, antes dele, teve ela, antes dela, teve a outra, e outra que continua indo embora. Sempre vai ser assim, pessoas chegam, acho que isso seja o melhor, pessoas chegam, vários definitivamente por umas horas, minutos, não sei. Não importa. No começo, não me importar doía. Hoje, não sinto nada. Isso é ser esperto? Meu Deus, sou um ninja. Meu modo de ver a vida era lindo, Suzy. Mas ninguém a acolhia. Fazia tempo que alguém não me olhava assim enquanto eu apenas existo. Fazia tempo que alguém se dizia perdido só por ter me achado. Fazia tempo que eu não me pegava sorrindo, Suzy.
Eduardo Poulain


Eu poderia não ter gostado de você, e com essa probabilidade, nunca ter provado as sensações novas que partilhamos. Acontece que eu vivo tendo deja vus emocionais, parece difícil de acreditar, né? Acontece que todos os meus sentimentos que são seus, que sempre parecem guardados, só precisam que você chegue pra tomar o lugar que antes era seu. E os sinais! Os sinais que acabamos deixando um para o outro, algumas coisas codificadas que são só nossas. Isso tudo é mais que amor, é certeza. Tentei não usar a palavra “sentir”, mas não existe uma palavra que caberia melhor. Quer saber? Esquece tudo que eu disse e tenta só sentir, é melhor. No mais só quero você bem.

Parabéns, amigo, te amo demais. *-*

Eduardo Poulain


Os rostos sofredores de homens e mulheres esgotados estendiam-se para eles, implorando não tanto ajuda – já haviam ultrapassado essa fase -, mas uma explicação. Apenas alguma coisa que diminuísse aquela perplexidade.
A menina que roubava livros - Markus Zusak - Nazismo



"Fiquei triste ao ler alguns capítulos desse livro, gosto quando o livro me passa um sentimento, nesse caso, um misto de incompreensão, raiva, rejeição. Tendo em visto que o homem é assim, teórico-prático, ora concerta, ora destrói, minha indignação é tanta que me faz sentir uma repulsa pela nossa espécie. Como o homem é mesquinho. Fiquei bastante revoltado com esse lamentável episódio. E sim, hoje é o início de muitas das minhas novas indagações. "
Eduardo Poulain
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Sempre sorrindo pra disfarçar a humanidade cravada no peito, sempre apavorado, em bandos, longe de si mesmo, dormindo pra disfarçar que ainda vive. Sem a menor idéia do que lhe roupa agora, do que deve fazer daqui a dez minutos. Palavras que os olhos desconfirmam. Ele não queria ser o mais feliz, ele não queria ser salvo, ele não queria ser alguém com significado. Só queria uns beijinhos, acumular sorrisos, alguns olhares amáveis.

Eduardo Poulain


Ele estava comigo na noite passada, conversamos. Não me lembro de todas as partes da conversa, mas eu havia dito tudo, e ele também. Ele de uma forma mais desesperada, eu de uma forma mais cautelosa, minha forma costumeira de lhe dar com as coisas. Foi uma noite doce. A companhia dele era sempre agradável, tão lindo. Observava-o e ele nem imaginava. Gostava quando o cabelo dele ficava levemente pro lado esquerdo, combinava com o sorriso. Os gestos largos e descuidados, tão dele. Não me deixou só, me sentia querido, me sinto, na verdade.

Eu o quis, eu desejei fazer parte dele, mas o meu querer o machucaria, sentia. Ele estava lá tão meu, resisti, mas isso me doía, meu Deus, você me dói. Fiquei um tempo respirando, puxando força. Nunca fui covarde, mas hoje a força existia como rei, sem olhar pra trás. Você me quis e não teve medo de falar, de demonstrar. Você teve coragem de deixar que o pouco que sentia crescesse. Isso é louvável.

Ele chorava no meu peito, sem saber que a minha dor era maior que a dele, eu que sempre fui forte não consegui mais assumir o tal papel e logo a minha dor saiu sem que eu a controlasse, e chorei, choramos juntos. Ele pedia que eu não o deixasse. Como poderia eu o deixar? Nunca fui, de fato, só o olhava de longe.

Eu estava tomando uma decisão. Não por mim, mas pelo novo que ele ainda não conseguia controlar. Estamos livres das pressões invisíveis que as nossas almas causam uma na outra. Não vou embora. Somos pessoas melhores juntos.

Quando a noite acabou me sentia mais leve, mas sentia que ia perdê-lo. Fiquei quieto, meu silencia logo viraria arrependimento, em algum momento alguém saberá disso. O que sentia por ele ainda estava ali, mas sem culpa, sem angústia a me tapar o peito.

No outro dia nos abraçamos de uma força intensa e beijamos um a face do outro, o que me provocou arrepios, ele não percebeu. O ar estava solto, sem densidade, e eu não desejei estar em nenhum outro lugar. Ele ainda me tem.

Eduardo Poulain


Decidi desistir, não, desistir não, é uma palavra feia de significado muito forte, e não se aplica ao que eu quero de verdade. Diria descansar, isso, descansar. O escuro não me assusta mais como antes, e as assombrações que outrora me arrancavam pânico, hoje não passam de sombras de um objeto qualquer, o medo se foi. As especulações sobre qualquer coisa me perturbam a um ponto que me pergunto se vale mesmo à pena. Decidi deixar ir de mim essa realidade feita de ilusões. As noites não são mais apreciadas com antes, há outros vícios que me roubam. É, eu cresci! Pena ter perdido parte da inocência e o modo único que uma criança ver as coisas, nesse período, lamento bastante. O instinto de sobrevivência rouba isso. Me dizem que isso é “crescer”, mas não acredito que seja bem assim. As músicas continuam fazendo falta e uma parcela de pessoas se foi. Correr pro sol se tornou hobbie , alguma coisa tem que ficar quente. Não que uma frieza se instale, mas o congelamento de lágrimas não caídas existe e passam a fazer parte dessa realidade feita de ilusões, que a deixo aqui, hoje, agora.

Eduardo Poulain


Um pouco de afago em dias normais

E sonhos em dias sem sono, acordados

Cantarei o mais alto que eu puder

E fugirei com o primeiro abraço

Morarei com a felicidade

Velarei meus passos, pra poder me perder

Meus olhos, em busca de outros olhos

Um brilho, a procura de um sorriso

Sorriso sendo partido

Olhas tão fiéis

Tão juntos

Tão amáveis

Velados

Eduardo Poulain


''Disritmia de sentido. E sinto num segundo o que não sentia há horas, dias. O amor não chega devagar e nem muito menos atrofiando a linha da razão, ele vem quietinho, caindo pelos cantos. Seria como dá um pulo sobre areia fina e deixar os pés afundarem sem nem uma restrição. Com o sonhar do abraço, do sorriso gostoso através satisfação de estar no lugar certo refletido no olho, que derrete o coração, que vai nascendo, nascendo, crescendo, pulsando junto, letra, frase, livro, noite, pernas, mãos, sonhos, expectativas, arrependimento, decepção. O mundo pode te por pra cima e te colocar nos braços, até a altura da céu, nuvem, beijo. Mas ninguém sabe quando ele te trará de volta, de coração peça pra que ele me segura lá por um bom tempo.''

Eduardo Poulain
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... Portanto se há um ‘’melhor amor’’ e um ‘’pior amor’’, há amor que mata e amor que vivifica. Por isto, alguém pode indagar: ‘’Por que há gente que fica preso ao ’pior amor’? Por que as insônias? Por que ficar grudado no telefone que não toca? Por que continuar dando presentes e recebendo rejeições de volta? Por que tolera certas humilhações públicas e íntimas?’’

É que nem sempre se pode sair de um pântano, de uma areia movediça, sem agarrar-se a um galho, corda ou outro tipo de socorro. E as neuroses são como cigarro. O fumante mesmo sabendo que aquele vício mata, nem sempre consegue dele se libertar. E assim como quem já deixou a bebida sabe que não se deve tomar um trago nem por brincadeira, quem já sofreu burramente por causa de amor ruim deve precaver-se.

O melhor amor é aquele que desperta um nós os nossos melhores sentimentos. Aí, então, nossa pele remoça, os olhos brilham e somos capazes de atravessar os anos numa fecundante aura.

Tempo de delicadeza (O melhor amor.) – Affonso Romano.

Resolvi postar esse texto pela força de sua veracidade. Sim, todos estão dispostos a querer o amor que não faz bem, confundindo constantemente o ‘’amor’’ com o ‘’sofrer’’. Eu sei, a relação entre os dois é confusa. Mas não, devemos deixar essa de: ‘’Se eu estou sofrendo tanto, sentindo tanto sua falta, é porque eu o amo.’’ Mentira! Se você está sofrendo, sentindo falta é por falta de reciprocidade, acredite, do contrário você não sentiria, mas não, queremos sentir falta, estar triste, amar é isso? Se for, eu não quero! Mas eu sei bem o que é isso, como todo mortal, meus sentimentos nem sempre foram retribuídos. E sim, eu sofri e não vi esse lado.

É incrível como o fato de ‘’gostar, querer, amar’’ de certa forma nos cega e nos rouba do mundo do raciocínio, sempre. Paro pra pensar, e o mundo gira em torno do amor, porra, será isso? Desde pequeno me contam que o amor só acontece uma vez, que somos metade de uma laranja, que só os bonitos e magros são amados e respeitados. Que merda, tudo mentira! Viver em busca de uma metade? Eu não me sinto meio, metade... Nasci inteiro, me sinto inteiro e gosto disso, e quero continuar assim. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém. Acho que estou quase pronto, quero me apaixonar de novo, mas o pelo ‘’melhor amor’’ que é citado na crônica, eu o quero, na prática, um amor que vivifica.

Eduardo Poulain



- Começou a chover aqui.

- Faz um tempo que chove aqui.

- Mudança.

- Mudanças sempre me levam ao mar, sempre.

- Renovação.

- Engraçado, tudo termina no mar, ruim, bom, tudo. E ele continua lindo.

- Te acho parecido com o mar.

Eduardo Poulain


Hoje resolvi não rir, talvez algo muito forte me impedisse, é todo um jogo de querer, gostar, imaginar e depois se despedir. Mas você nunca sabe o que vem depois, então prefere ver nuvens, imaginar cores ou um futuro-salvação. Mas o que era bom se tornou um nó, que hoje me dói. Como se não fosse permitido tê-lo, como se fosse um castigo, e por isso o tenho aos poucos, de vez por vez. Hoje entram em mim sensações novas e intrusas, mas deixo plantado na mente o que marcou a carne naquela hora exata. Não seria fácil viver de lembranças, mas a vontade de tê-lo novamente me instiga, me move a um estado de alegria, esperança e vontade de lutar para um futuro reencontro em que eu me sinta mais uma vez pesado, de tão leve. É, eu o amo.

Eduardo Poulain


Pouco importa se os estímulos vieram de dentro ou de fora, se falarei de uma flor que murchou ou de uma abelha que voou. Vocês nem sempre se interessam por minhas palavras, sejam elas concisas, amargas, deploráveis, deformadas ou muitas vezes íntimas demais.

Motivos eu tenho pra escrever, e vocês de testemunhar. Sei que sobram maravilhas e abismos, e nessas maravilhas e abismos eu me atiro pra ser feliz sentindo medo, pra me descobrir e aprender a acreditar mais em mim também.Escrevo pra vocês, escrevo por mim. Nenhuma relação se mantém com um único lado se beneficiando. Todos precisaram perder e ganhar, só assim há duração, só assim se prolonga a união. Eu queria mais eu, mais vocês, mais a gente. Mas diz aí, quanto vale o companheirismo? Vale amizades ternas, vale viagens, vale cartas de declaração, vale conversas demoradas sem pudores, vale trocas de opiniões e risos, vale verdades e razões pra se viver, vale felicidade, vale o encontro das nossas vidas. Poucas são as criaturas que me tem inteiro. E vocês me têm. E gosto de me sentir preso, atado a vocês. Porque nos entendemos, nos respeitamos, porque as verdades não são motivos de brigas, porque somos poesia maldita que cala o peito um do outro quando o outro se manifesta. É caso de amor, do amor bonito e limpo que floresce. Percebem? Já enfiei amor no meio, sempre o amor. Ele desvirtua os sentimentos, as palavras, ele acabou de redirecionar minha carta, notam? Paro com ele por aqui. Daí vocês me perguntam por que essa mudança. E digo que pra mim não foi susto nenhum essa mudança, porque eu venho comigo mesmo há muito tempo, me acompanho desde acordar, até a hora de dormir. Me acompanho a todo canto, sei das minhas ansiedades, eu sei da minha modificação. Eu não estranhei a minha modificação. Daí as pessoas me olham e acham estranha essa mudança, se da outra forma funcionava tão bem. As pessoas não entendem, mas é sempre o mesmo: “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Então, é melhor você não se preocupar com o bicho e ser o mais você possível. O que as pessoas acham que é simples é o mais difícil. Eu não podia deixar de me satisfazer, já que eu vivi tanto tempo satisfazendo as pessoas. Então, vocês não vão entender algumas frases e textos, são do meu íntimo. Eu acho que tudo que eu fiz foi muito pouco, e se se assustaram com isso, não sei mais o que pensar daqui pra frente, porque eu mudei, não foi meu texto, foi minha cabeça que mudou, meus nervos que descansaram, meu travesseiro que é muito mais aconchegante, a minha cama que é muito mais gostosa, a minha vida que é muito melhor.

Eduardo Poulain
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O coração transbordava de lágrimas frescas, ao mesmo tempo em que o sorriso sempre tomou conta da face. Transbordei felicidade, de todas as formas doentias possíveis, dessas que só um humano que ama é capaz de fazer. Chover amor, por assim dizer. E ele me amava. Não como eu, mas me amava. Um amor chocho, despreocupado e natural, tal como o respirar. Sem pieguices, sem necessidades. Amar por amar, apenas. E mesmo sendo mínimo perto do meu, descobri que podia viver tranquilamente, com aquilo. Amor assim, não sufoca. Mas sempre tive a certeza que acabaria. Por isso sempre me dissolvi antes, antes que com ele fosse uma parte de mim.

Eduardo Poulain

é pelo céu que meu mundo se movimenta.


Por um momento tive certeza que eu iria fazer a passagem, a passagem desse mundo sem você para a eternidade com você. Sofri tanto no sonho quando notei que não era a minha vida que você queria. Eu teria permitido facas em meu corpo, pedaços de mim espalhados no asfalto, só não permitiria que tirasse parte do meu coração do peito porque o quero inteiro. Eu morria, mas não dessa morte carnal que de tão imprecisa se confunde com o início da vida. Acontece que ainda não controlo o universo dos sonhos e ele de independente que é às vezes bate asas e não te leva junto. Outra coisa, nunca quis interferir nos teus sonhos. Quero que continue sonhando... Sonhando com seus amigos, com seus livros, com lugares que quer conhecer ou já conhece, com as coisas novas que virão. Quero continuar me deliciando nos teus sonhos que um dia foram meus. Meu amor de tanto, sobrou, não era mais novidade. Quero que vá sabendo que suas impressões a todo o momento estiveram em mim, alto-relevo em meu corpo. Tenho a forma dos teus dedos, da tua boca, tenho o formato ideal do seu desejo. Desculpa se na noite de hoje não houve tempo de conversar sobre coisas agradáveis, desculpa se na noite de ontem não te fiz companhia. Não prometo te deixar em paz. Te espero na madrugada de amanhã, ficarei contigo até que o sol apareça e me obrigue a sair da cama e viver mais um dia sem você, Quando dizia ‘’pra sempre’’, falava de verdade.

Eduardo Poulain



Despeço-me daqui com a mesma saudade que entrei. Pensei. Enquanto caminhava em sentido contrário. Pouco mais da meia noite me perdi do meu intocável amor. Esse amor que em mim foi pólvora e por mim explodiria. Como posso continuar onde já não me cabe? Forçar uma barra que logo cairia sobre o corpo, tornando-se ferida. As paredes ficaram menores. Tentei caminhar um pouco. Estava me despedindo do meu jeito. Tentando não olhar pra trás, fingindo força e frieza que eu nunca tivera, mentindo a vontade de ir embora, Mas era preciso, não se tratava só de mim. Tentei me convencer. O barulho deixado no ar era assombroso, as tristezas eram destruídas, a felicidades e os maus dias eram apagadas com baldes de tinta fresca e pinceladas impiedosas, tive bastante medo, mas tentei não titubear do foco central. Não podia dá adeus sem fazer estragos. Aquela fora a minha casa durante muito tempo, o lugar que eu corria pra me esconder, onde derramava todo meu amor, sem medo de ficar mais pobre. Mesmo vazia, sem vida, sem cor e empoeirada, havia luz. A luz nunca abandonaria aquela casa, assim como eu e todos os donos dela fizeram. A casa não queria ser morado, o que ela quer, ainda não sei, se a minha ausência ela chorou, muito menos. A casa me faz falta, mas a mesma não sentiu a minha.

Amor que é amor parte, se suicida em suas próprias feridas, amor que é amor, sabe a hora de se deixar ir.

Eduardo Poulain


Eu não, eu vim olhando por todas as esquinas da vida, talvez por isso meu olhar pareça tão perdido. Não consigo chorar. Acho que toda essa agonia serviu como um alto-reforço, um retoque de frieza no peito. Como se toda essa dor me fizesse mais forte. Pela primeira vez não sei descrever o que sinto, é um enorme misto de giros involuntários e voluntários. Toda essa luta travada entre o certo e o coração me deixou confuso, talvez eu caia, ou não, mas agora eu necessito de um pouco de egoísmo, pensar em mim, me sentir vivo em mim, há tempos andava alheio de mim mesmo, ausência. Como se tivesse me abandonado por muito tempo e agora eu necessitasse de uma reforma, faxina. Preciso muito me encontrar, me reinventar, mesmo que custe valores, Nascer de novo?Seria necessário? É como ter a possibilidade de ser todos dentro de si, e não ser nenhum.

Eduardo Poulain

''Isso tudo nunca foi pra mim nunca funcionou, é sempre eu que caio, de amores, ilusões, dores e no final de tudo eu fico aqui, esperando esse trem, pra me levar para a proxima estação, onde eu possa finalmente criar uma nova ficção na minha cabeça, uma nova atração para os meus olhos, uma nova paixão pro coração, e quem sabe, um final pra este roteiro."
Caio F.
Eduardo Poulain
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O querer que era grande se tornou pequeno.

E já não me cabia mais. Decidi ir.

Pra longe, me fazer viver.

E parti. Parti em partes, com todas as minhas partes.

Eduardo Poulain


'Meu coração não se cansa de ter esperança.'
Caetano Veloso
Eduardo Poulain


Sabem, sempre fui um menino sem sal. Daqueles com hora marcada nos dedos pra ser feliz. Hora contada nos dedos pra comer, dormir ou atingir o que ainda viria. Sempre fora de uma coisa por vez ou por toda vez. Uma espécie de apenas céu ou terra; amor ou ódio; fogo ou água; marrom ou bege. A vida como comer pão de apenas um recheio e um copo de água – certo, reto, em linha – Sem dúvidas abrangentes com vozes interiores berrantes em vários tons de ser na mente. Não havia azul turquesa, azul esmeralda, azul piscina, azul tiffany’s, azul isso, azul aquilo, apenas azul, pronto, acabou. Um azul que segue sempre sobre a cabeça reta, enquanto se anda a vida como se deve ser andada reta, de passos lentos emitindo sons de um passado que tornar-se-há futuro reto, desconfiando de qualquer torto sentado na beira da esquina.

Um dia ousei absurdamente sentar numa beira torta de esquina. O necessário foi apenas virar-me torto, era algum zumbi estranho de dentro do peito. Virei, virei, virei que até um dia chegou e o tal tinha virado pelo contrário o de dentro pra o torto de lado de fora. E o que era um se tornou sempre 2 com três; marrom com bege e vermelho; água queimada. Céu na terra; amor odiado; estrada de areia. Nada infinito. Tudo vindo a partir do que soprava a vida pelo lado torto e estranho dos planejamentos de sanduíches com mais de um recheio ousado que fazem mal pra o coração. Na vida bandida de ( ) eu agora sou o próprio prisioneiro da cegueira eterna de esticar os braços ao infinito. Enquanto gritos vezes amor/dor cortam o coração sangrando sonhos na sala de liberdade, cada vez mais cheio de pulsos do coração e asas de corpo voador.

Eduardo Poulain



Sim, eu acordei. Para tudo que você me deixou mal feito e mal amado. Tinha até um fim tracejado "------" contra a minha vontade de querer ter mais e mais do que parecia não vir sempre, mas vinha confuso e quente. Um fim que eu cuidei de preencher minuciosamente em linhas fortes e brutas com gosto de sangue frio, de um tipo sanguíneo não pertencente meu. Daqueles que você se obriga a dizer "vou construir um rebanho de soldados pro meu castelo de areia", por que a maré se veste malígna e se bate contra os nossos tímidos fios de emoções - não podem sair fora da mente/corpo/coração - causando repercussões imensamente grandiosas para aqueles que não seguram seus corações moços unicórnios.

Você protege seu pequeno prateado errante, mas nem sempre obediente ele segue a guia dos espertos. Ele cai na beirada burra do coração, do sentimento, do desejo, do afago, desse tipo de estupidez que se vive a dois, num cantinho reservado do mundo. Então eu acordei de novo e vi meus traços apagados, borrados com um tipo de água que se serve pra agoar vida. Ou para rechear aquela dorzinha maior do mundo: bate bate coração. Esse silêncio é mais agressor que qualquer ritmo frenético de automóveis, camelôs e evangélicos. Agride os ouvidos da alma porque transgride o corpo em forma de desespero.

Eduardo Poulain

Complicado essa nova arte de tentar viver, você pode se perder. Vai dizer que nunca aconteceu com você? Então sossega que um dia virá. Quando acontece tal infortúnio (ou sorte de grego meio duvidoso, como diria Caio Fernando), o negócio é aonde você quer chegar com tudo isso. Eu já nem sei mais, prefiro me perder pelos caminhos, procurando aquele que tem mais coração. É mesmo caros, a arte é confusa e complicada. Alguns bloqueiam o coração, enfiam um cadeado de chumbo e jogam, a chave fora, esses dizem ter cansado de sofrer. Eu não canso, viver é assim mesmo, ser goleiro de um time de futebol bambo, agarrando bola furada e promoção. Mas quem sabe não dá pra remendar a bola? O negócio é cantar pra ficar odara. Incorporar a diva Betânia, o sensual James Dean, a fofura da Audrey e a bondade dos olhos do titio Clooney. Toma umas, acende o sorriso, e dá um jeito de conseguir a resposta. E aí, vai chutar a gol, ou passar a bola?

Eduardo Poulain
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''O que é REAL?'', perguntou o Coelho um dia, quando estavam deitados lado a lado, perto da grade do quarto das crianças, antes de Naná vir arrumar o quarto. ''Significa ter coisas que murmuram dentro de você e uma alça do lado de fora?''

''Real não é a forma com que você é feito'', respondeu o Cavalo de pele, ''É uma coisa que acontece com você. Quando uma criança gosta de você por muito, muito tempo, não somente para brincar, mas gosta REALMENTE de você, aí você se torna Real''...

''Não acontece de repente'', continuou o Cavalo de Pele. ''Você se transforma. Leva bastante tempo. É por isso que nem sempre acontece para quem se quebra com facilidade ou tem bordas ásperas ou precisa ser guardado com cuidado. Geralmente, até você se tornar Real, a maior parte do seu pêlo já caiu de tanto carinho, você já perdru os olhos, está com as juntas moles e bastante gasto. Mas essas coisas não têm a mínina importância, porque quando você é Real, não pode ser feito, a não ser para quem não entende’’.

Eduardo Poulain

Fodam-se as paixões, os abatimentos e as noites perdidas.
Fodam-se as juras e promessas, o engano.
Fodam-se todas as borboletas que eu esperava encontrar no teu cabelo.
Fodam-se os sorrisos de verdades que eu queria ter com você.

Querido, não deixe te vestirem com uma camiseta do tipo ''O amor pode dá certo'', porque machuca. E agora não posso mais sair na rua pra colher o sol no peito. É toda uma ferida aberta com um tempo pra cicatrizar.
Eduardo Poulain

Nada me dói, ou dói e eu não me dei conta? ’’Melhor assim.’’ Quantas vezes já ouvi essa frase... Mas será sempre assim? Perder coisas sempre será algo bom?Esse jogo de só perder, perder... E ainda ter que aprender com isso?E se eu nunca ganhar? Será tudo isso em vão? Só acumular experiências, aprender e nunca poder colocar isso em prática?E se eu cansar? Por mais que eu ame, ou desame, eu não consigo desacelerar o coração. Um grande nada tentando ser um tudo de uma vez por todas. Ou apenas de vez por vez. Dizem que de grão em grão a galinha enche o papo. Já comi umas dez toneladas e tô faminto de vida. Parece que me abriram no meio, e tudo que entra sai sem deixar nem um rastro, nem um fio pra me alimentar de compaixão por mim. Eu não aguento mais. Você pode ler isso e achar "mas que coisa seu menino, não diga isso. A vida é bonita, o sol, a estrada amarela, as ondas, o mágico de oz" pois da minha vida, melhor, ausência dela eu já cansei, até meus olhos cansaram, meu corpo, minhas pernas. De tudo isso que não foi, não é, e me castiga parecendo que nunca será.
Eduardo Poulain

O que quer, pequeno?
se tuas asas são recortes de vento,
e, se me aproximo, hei de parecer pesada,
quando sou leve...

Eduardo Poulain

Acabou a fase da paixão passageira, admiração intermitente, avidez, estamos praticamente na parte mais densa do amor, às vezes ficamos sufocados de tanta euforia amorosa, em outras a apatia e desapego tomam conta de nós. Parece que brigamos todos os dias. Sei que nos portamos mal por vezes, erramos, mas a partir desses maus momentos que criaremos uma prestatividade mútua, estruturação do apego, crescimento recíproco de um bem maior. E mesmo que o amor machuque, eu ainda te coloco em primeiro lugar. Somos pessoas comuns, e a exaustão é uma peça de fácil alcance em dias embrulhado de um pudor a dois. Um jogo hilário de revanchismo, troca e reciprocidade frutos de um claro ciúme. Um amor com gosto de convicção. Te amo.
Eduardo Poulain


Talvez você fique, talvez vá embora. Talvez a gente se arrebente e se queime. Talvez a gente viva e aprenda, Talvez uma outra briga. Talvez a gente não sobreviva. Mas talvez a gente cresça. Talvez nunca saberemos, talvez amanhã você nem seja mais meu. Acredito no pra sempre, num esforço constante de renovação, amor.

Eduardo Poulain

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Eu te vejo mais fundo do que pensas, porque eu te invento nesse olhar. E mesmo que me custe a fachada, permaneço com flores frescas recém colhidas em mãos, esperando o momento certo de lhe entregar, arquitetando categoricamente um plano de total perfeição, um dia em que me verei com asas bancas, mesmo que de papelão

Eduardo Poulain

'Quando pequeno imaginava como seria bom voar, ficava horas pensando na possibilidade de ver a todos em diminutivo, mas o tempo passou e hoje eu que vivo no diminutivo, como se todos voassem e me vissem de cima.'

Eduardo Poulain


Talvez fuja com ele
e vá ser pássaro por aí...
Já me disseram ser uma péssima idéia essa minha
e eu nem tenho pra onde ir.
Eduardo Poulain
 A menina que roubava livros.
A menina que roubava livros.
Eduardo Poulain


- Seria isso, então? Você só consegue dar quando não é solicitado, e quando pedem algo você foge em desespero. Como se tivesse medo de ficar mais pobre, medo de que se alcance seu centro e nesse centro exista alguma coisa que você não quer mostrar nem dar ou dividir.. será assim?
Eduardo Poulain
''...quase nunca dá tempo de você se orientar, escolher - não gosto de me sentir levado."
Caio 3D: O essencial da década de 1970 -Caio Fernando Abreu
Eduardo Poulain
Eduardo Poulain

‘Eu durmo com dois travesseiros, falo uma coisa pensando em outra, acham que sou metido por não cumprimentar, mas na verdade sou distraído de fato, normalmente minha timidez é confundida com bossalidade, me apego a quase tudo pro resto da vida, a bipolaridade me persegue, há pessoas que me julgam calmo e tímido, outras exagerado e risonho, nunca quis fazer balé, sempre quis cantar, nunca consegui. Sou desorganizado, durmo muito pouco, nunca gostei de ventilador, sou brancão, o sol me odeia, inimigos mortais, pena que eu sempre saio queimado literalmente dessa briga. Uma simples piada de pinto me faz rir por semanas, não gosto de catchup, misturo água gelada e a natural, sempre. Não sei dar continuidade a uma conversa com um estranho. Sou um ótimo ouvidor de problemas, esqueço dos meus. Já pedi parte da audição por causa das músicas, e sou quase cego. Amo pessoas simples e gentis. Odeio falso marketing pessoal. Nunca olho no olho. Sou exagero, elevo tudo a décima potência. Faço planos de casar com a primeira catadora que passar, ou uma velha rica e depois matá-la, quem nunca fez está mentindo. Sempre esqueço os aniversários, datas. E nunca tente fazer mímica, falar baixinho, pedir pra disfarçar ou fazer sinais estranhos, eu nunca entendo e sempre acabo fazendo totalmente o contrário do que você quer. Amo Amelie Poulain,o mais estranho é a fato de me identificar com a parte mongol dela. Amo trilhas sonoras. Odeio futilidade. Associo músicas a pessoas, lugares, datas. Escrevo por que preciso, na verdade odeio. Penso em me matar, e depois disso dou risada. Sou melancólico e depressivo. A pessoa mas feliz do mundo. Contradição. Gratidão.’

Eduardo Poulain



Te largar na casa da saudade não é fácil pra quem vive de medidas. As risadas de hoje são movidas pelo combustível já vivido do ontem – guardo na porta esquerda do guarda-roupa das memórias do engrandecimento - Um gosto bom é o abraço que tens, tens os tons de vozes confusas daqueles que amam chacoalhando teu corpo todo numa dança chamada bem, manter o bem, fazer o bem, construir o bem real no peito de quem a tem por perto, um dom genuíno, uma mistura de fidelidade, flexibilidade, pacto rigorosamente comprido, amor. Só a sente quem tem peito aberto para o chão e pés leves pro ar. E sim, ela é a amiga com espírito de bonequinha de luxo. Nas noites que falar de amor e querer já é mais que comum, é fato concreto, consumado das nossas vidas, conversas loucas cor-de-rosa, amarelas, vezes prestas, mas na maioria delas coloridas, satisfação branca, de um amor roxo. Jéssica, te amo.'
Eduardo Poulain

Fazemos as coisas porque gostamos, ou gostamos das coisas porque fazemos, ou elas acontecem por que deixamos. Não importa. Vai haver sempre uma explicação pra rebater aquilo que sai das nossas cabeças e viaja pro mundo das idéias alheias, sempre. Não importa. O que realmente vale é eu sentir no mais íntimo da minha existência que seus olhos pra mim são vermelho bronze, e não castanho escuro como consta nas tuas características anotadas num papel embaixo da cama. O que me importa é conseguir que você me sinta assim, com toda essa Complacência matinal estúpida que se estende pela tarde, e às vezes invade a noite e atinge teu coração gráfico-não-sentimental quem sente tudo e põe isso em palavras sou eu. Sentir os teus cabelos por entre os meus dedos, e pedir mentalmente que o nosso encontro se repita, porque o tempo foi grande, mas curto pra vontade que eu tenho em mim. Mesmo sem saber se um sim quer dizer um "positivo, soldado" e um talvez esteja mais pro lado positivo do mundo, a gente vive a incerteza do acreditar, um acreditar desacreditado, um medo de deixar de acreditar. Porque sempre vai ter uma parede se a gente quiser jogar tênis "sozinho".

Eduardo Poulain

Afetividade, confusão, curiosidade, o que me instiga a estar por perto, conhecer, desfrutar, cutucar, pra achar alguma imperfeição, não pode alguém ser tão incrivelmente encantante e cativante. Um perfeito resultado da natureza e da boa educação, possui a divina marca da genialidade, multiforme, dono de uma admiração intermitente. Ele cria e desfaz mundos com uma facilidade de moleque. Como se tivesse me tirado pra dançar, e os nossos passos perderam o compasso, pra um encontro, desencontro, de perto. Algo de errado há de ter, mas não acho. Estou quase convencido do contrário, será realmente um príncipe? Mas príncipes não existem, resta à dúvida, confusão. Esperança. Gratificação. E poder comprovar de perto esse incrível feito, perfeito, simples. Esses são os nossos dias fora do compasso, literalmente perdidos, em nós. Conserte-me.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Portishead. Isso são referências, só. Ama-se pelo cheiro, pela paz que o outro lhe dá, pelo mistério, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pela maneira que os olhos piscam, pelo tom de voz, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Ama-se justamente pelo o que o amor tem de indefinível. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó. Mas só o seu amor consegue ser do jeito que ele é.

‘’Um carinho, amor bom, que não machuca. ’’